sexta-feira

Já há tanto tempo que não descarrego nas palavras, que arranham, que rasgam, que beijam e lambem os sentimentos, que destrono e eleijo, à vontade do momento. Quero falar de um sentir, que não o conheço e tenho medo dele, não é arrebatador e nem sequer tira o sono, preocupante para já.

É subtil, como a água da nascente que a montanha faz parir em fios de frescura, que passam despercebidos ao comum viajante, gotas que acariciam as pedras, como a lingua num beijo atrevido, e se vão juntando, indo até ao ribeiro, abrindo uma praia fluvial, onde os filhos que não que tenho brincam, e ..... assim do nada, tenho medo, daquele curso d’água, que poderá ser um rio, que vai buscar o mar como amante ... e eu me afogue, no medo ou nos teus braços.

Um comentário:

Manuel Veiga disse...

o fluir das palavras (e dos sentimentos) em veredas de água. temerosas. como frémito antes do beijo...

gostei muito. escreves muito bem.

beijo