Entre a lama da cobardia e os dejectos de indiferença,
consigo apanhar pequenos cacos de mim,
antes translúcidos, agora baços e polidos,
pela corrente de tristezas que foi passando por mim.
consigo apanhar pequenos cacos de mim,
antes translúcidos, agora baços e polidos,
pela corrente de tristezas que foi passando por mim.
Arranho-me, corto-me, passo eternidades de joelhos,
catando cada pedacinho, pois sem me encontrar,
não existo, não respiro, não sinto, não amo....
E quero, quero voltar a ter o vento nos cabelos.
Vou ter que reconstruir-me, devagar,
encaixar cada sentimento, limpo e lapidado,
pacientemente, com tempo, vou precisar de tempo.
Apenas e somente tempo... tenho que roubar o tempo que perdi.
Quando terminar, quero ter coragem de ver
a minha alma remendada
e fazer um vestido novo para sair à rua.
e fazer um vestido novo para sair à rua.
3 comentários:
Belo poema!
Feliz ano novo!
Quando somos verdadeiros conseguimos sair da lama, ou entrarmos nela sem que nos sujemos...
Um belopoemar.
Adorei aqui.
Um abraço
outra vez "as pedras"....esse peso imenso nos ombros?
Gui
coisasdagaveta.blogs.sapo.pt
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