sexta-feira

A inocência que partilhas, perdes a tranquilidade, no carinho que dás, cedes o que não tens, no coração vazio, quieto e silencioso, que abriga sombras e medos, cresce a dor. O sorriso, esse, perde-se, e as lágrimas voltam, foges, para longe de ti, para não sentires, apenas para voltares a esquecer, para distanciares o corpo do calor, da sede, negas tudo, esmagas os tenros rebentos, tímidos e frágeis da humanidade que insiste em crescer, permanecer, que somente quer acordar-te para a uma realidade que não conheces, aquela onde o calor do abraço e a gentileza de um toque ainda existem...

E as palavras tombam como o vestido rasgado pelas mãos do amante, o silêncio apaga a luz, pois não suportas a claridade, voltas a vestir os farrapos, porque temes a tua nudez, ainda trémula, filha de uma sobrevivência feita de enganos...

Um comentário:

Guilherme F. disse...

Passei para beber as palavras... demoras mas voltas sempre.... Gostei e parto já sedento... ;)
Gui
CoisasdaGaveta